É MESMO APAIXONANTE...

Ano novo. Tudo novo. E ao invés e iniciar com um post falando sobre treino, sobre objetivos, vou falar da beleza da corrida.

Ontem, ao ver a prova da São Silvestre, tive a certeza de que não me apaixonei pela corrida à toa. É engraçado. Muitas vezes já falei sobre isso aqui. Começamos a correr por diversos motivos diferentes: para perder peso, porque o médico deu o alerta, porque paramos de fumar e queremos algo que substitua...enfim..são tantos motivos que nos levam a correr, porém só um nos leva a continuar: o amor ao esporte.

Inicialmente a gente começa a correr, alcança o objetivo seja qual for, aí já viramos médicos. Sabemos tudo de lesões e de curandeirismo...rs. Compramos revistas especializadas. Falamos como peritos. Depois, colecionamos tênis. Esse pra correr na chuva, esse é pra treinos, esse aqui é pra dias de prova, e tem esse aqui que é pra aventura...ah, e esse aqui que ....rsrsrsrs...diz que não é assim?

E então...eis que alçamos vôos ainda maiores. Passamos a observar a beleza da corrida. O pace, o ritmo, a força, a postura, a fisiologia e biomecânica da coisa. E é justamente desse estágio que o post de hoje fala, obviamente sem entrar em detalhes...

E ontem, sentadinha assistindo a prova da São Silvestre vi a beleza da fisiologia e biomecãnica da corrida. Quando olhei Nadia Ejjafini (na foto acima número 22), atleta da Itália ,cujo tempo foi de 51:19, ficando na 4a colocação), com aquela passada forte, concentrada, sem que os ombros sequer descem qualquer tipo de dançada, eu pensei: "Caramba!". Fiquei observando a atleta até esquecendo propriamente da competição, maravilhada com a beleza dos movimentos. Inclusive me lembrei de um episódio justamente com essa atleta, salvo engano na Meia Maratona do Rio, onde ela e outra atleta trombaram, ela, simplesmente se levantou, continuou e foi ao pódio.  A corrida é bonita minha gente...a corrida é linda!

Depois, aquela competição maravilhosa entre a etíopeYimer Wude Ayalew (Etiópia) – 48.52 e a queniana, que levou a melhor Priscah Jeptoo (Quênia) – 48:48. O Que foi aquilo? Juro que estava torcendo para a baixinha, etíope, não por eu também ser desprovida de altura, mas pela garra, pelos movimentos precisos, passadas perfeitas, ritmo contínuo e uma certeza de que morreria a qualquer momento, porém jamais desistiria. E de fato não o fez, perdendo a disputa por apenas 4 segundos. E o que foram 4 segundos perto da maravilha de prova que nos proporcionou? Nem me empolguei com a quebra de recorde da queniana, que ao meu ver foi bem menos bonita do que a técnica da etíope. 

E os homens? Como diria minha amiga Patrícia: "Verdadeiros thundercats"... Passadas largas, precisas. Que maravilha!  

E Bekele que na minha opinião (aliás sem nenhum fundamento, diga-se de passagem), nem tinha lá o melhor esteriótipo da prova, posto a magreza exagerada dos quenianos, abre vantagem de forma esplendorosa. O que dizer da musculatura quando corremos? É impossível não achar beleza nesse esporte. E se nos outros anos eu queria a todo empo saber qual o ritmo de Marílson, quais brasileiros estavam bem, nesse ano, me surpeendí foi com os movimentos, com a firmeza dos passos, da determinação. Eu sou simplesmente fascinada por essas coisas.

 

Lembro de uma foto minha, aliás, a que eu fiz meu melhor tempo nos 5km...com 0:22:11...no ano passado...

 

É um tempo que muitos podem achar ruim, porém quando vejo a foto, acho tão bonita. Estou totalmente erguida, movimentos dos braços certinho, passada reta, olhar concentrado. Mas o pé direito pisou errado quando tocou o chão...Dá pra perceber...ele vem pisando no centro, ao passo que deveria entrar com a parte de trás...enfim... É disso que falo quando digo que corrida é fascinante. Vai além de simplesmente correr. Duvido que eu repetiria uma foto assim...rsrs..mas isso a gente vê no dia 26 de janeiro...rsrs...

Fato é que a corrida definitivamente é mesmo apaixonante. Tantos detalhes, tantas nuances e todos nos levam a uma só conclusão: é a melhor coisa do mundo!

FELIZ 2012 GALERA!