segunda-feira, 3 de maio de 2010

CUIDADO COM SUAS ESCOLHAS





Durante muitos anos, nós corredores corremos sem muitas informações sobre nossos tênis. Na verdade, muitos de nós, nem sabíamos direito o que era pisada pronada, supinada ou neutra, aliás, nem sabíamos que existia diferença de pisada de um corredor para outro. Consequentemente, passamos também anos de nossas vidas, comprando tênis errados e confiando na palavra daquele vendedor que muitas vezes era o maior sedentário do planeta...mas é claro, fazia cara de moço fitness...rs...


Na verdade eu mesma, corri dos 16 até os 18,19 descalça e pelo menos mais uns 3 ou 4 anos sem dar a importância devida ao tênis. Escolhia pelo design ou pior, pela leveza que ele apresentava...quanto mais leve, maior a chance da belezinha ir parar na minha casa, ou melhor nos meus pés...


O problema, é que hoje em dia, mesmo sendo metralhados por informações sobre os melhores tênis, afinal de contas temos númeras revistas no segmento, ainda assim, falhamos. E aqui, eu tenho que admitir com todo peso no coração...estou incluída nessa lista...


O que acontece é que, temos muitas opções, já que o mercado separa os tênis em 5 categorias: estabilidade (stability), controle de movimento (motion control), amortecimento (cushion), perfomenace (performance ou lightweight) e trilha (trail). Este critério é utilizado pela Runner’s World e seguido por grande parte da indústria. Os tênis da Adidas, por exemplo, vem com a categoria escrita na palmilha (cushion, performance, etc).



Todavia, porém entretanto, muitos de nós, cometemos um erro cruel. Por sabermos que os tênis leves, mais conhecidos como racing são próprios para performance e verdade seja dita, nos fazem correr mais correr mais rápido, acabamos escolhendo um desses modelos, não só para competir, mas também para treinar.


Isso até poderia acontecer, não fosse por um detalhe importantíssimo: quanto mais leve o tênis, menos amortecimento ele tem. Eu tenho 3 pares de tênis. 2 Sprint para cometições e 1 Nimbus 11 para treino. Este último foi adquirido, infelizmente, depois da última lesão.


O que aconteceu? Eu tinha um Adidas que eu amava...não era leve, muito pelo contrário, mas já estava com meus pés moldados...rs...Quando tive que me desfazer do coitadinho, acabei usando os tênis de competição para treino. No começo era uma festa.. os treinos fluíam, os tiros eram em tempos inacreditáveis em relação ao antigo tênis...Eu chegava a diminuir cerca de 4 a 5 minutos no tempo final. Porém....


As dores começaram a aparecer. Achando que era somente pelo excesso de treino, diminuí o volume do treinamento, mas continuei a treinar com o tênis leve. Treinava e competia com o mesmo...Conclusão: a falta de amortecimento adequeado diminuiu o meu tempo nas provas, mas lesionou o meu periforme me deixando afastada das corridas por 50 dias.


Mas tudo que é em excesso também é ruim não é mesmo? Portanto, nem adianta escolher aquele tênis almofadão.... com muito amortecimento, achando que estará livre de qualquer tipo de lesão, muito pelo contrário...muito amortecimento compromete a capacidade do tênis de estabilizar o alinhamento e movimentos das articulações dos pés e pernas. Jack Tauton, co-diretor da University of British Columbia's Allan Mc Gavin Sports Medicine Center, atribui o aumento dos casos de inflamações no tendão de Aquiles (calcâneo), no final dos anos 80, à popularização do calcanhar macio nos tênis de corrida.


Eu sei que diminuir o tempo nas provas é bom demais, mas não ás custas de uma futura lesão, pois sabemos, aliás, eu sei, e como sei, que a utilização de um tipo inadequado de calçado pode contribuir no aparecimento de lesões.

Segundo o Dr. Stephen Pribut, um tênis com uma sola com pouca flexibilidade poderá contribuir no desenvolvimento de inflamação no tendão de Aquiles (calcâneo). Outro fator que contribuirá no aparecimento desta lesão é o tênis com muito amortecimento no calcanhar.


Por outro lado, Dr. Stephen Pribut lembra que tênis com sola muito flexível pode contribuir para a fascite plantar. Esta lesão é uma inflamação do tecido na sola do pé chamado fáscia plantar. Além disso, tênis muito flexíveis podem acentuar o grau de pronação e contribuir com outras lesões.

Sendo assim, caso tenha problemas no tendão de Aquiles, verifique se a sola do tênis não é muito rígida ou se há excesso de amortecimento no calcanhar (verifique se o calcanhar não é muito alto e macio). Por outro lado, se tiver problemas com fascite plantar procure por um tênis com bom suporte para o arco do pé (categoria estabilidade ou controle-de-movimento se tiver um grau de pronação mais elevado). Também pode considerar o uso de palmilhas especiais com suporte para o arco do pé).

O local de treinamento também influi na escolha de tênis. Se você treina em estrada de terra irregular e com lama deveria preferir tênis da categoria 'trilha'. Se corre em pisos muito duros, como concreto, procure calçados com maior amortecimento. Difícil né???? Eu corro em areia...não poderia usar trilha, mas também não utilizar muito amortecimento....Pelo menos por enquanto, meu Nimbus 11 está fazendo um bom trabalho...

O tipo de treino também é outro fator a se considerar. Corredores velozes podem querer um tênis da categoria performance (ou lightweight) para treinos em ritmo rápido. Pw, façam treinos de tiro com um tênis de performance e depois repitam as mesmas séries com tenis mais pesados...É um pesadelo! Mas, infelizmente a coisa é séria... melhor perder alguns segundos na corrida, do que ter que ficar parado por conta de uma lesão....Melhor deixar essas belezinhas levinhas para o dia da prova...Aliás, a surpresa será bem melhor....


Deve-se sim evitar os tenis muito leves para treino. Vejam, alguns são tão leves e que são indicados apenas para corridas de até 10 Km. Outros têm um grau maior de amortecimento e podem ser usados em maratonas. Entretanto, se você vai fazer uma maratona acima de 3 horas, deve preferir um tênis com maior amortecimento no lugar dos de competição.


É um dilema. Ano passado participei da Meia Maratona da Praia Grande correndo com tênis de performace. Diminuí o meu tempo? Sim, fiquei em 75º na geral, todavia a partir do km 17...sentia dor em tudo... joelho, nádega, pernas...falta de amortecimento. Este ano, ainda não sei o que vou fazer... se corro com o Nimbus, ou com o Sprint...coisa difícil essa...rs...


O importante é ter consciência e priorizar sempre a saúde...deixa o tempo pra lá...e assim também deixarão as lesões pra lá....


Ah....e se é pra falar de lesão, bom lembrar que uma causa bastante comum de lesões é correr com tênis gastos que já deveriam ter sido aposentados. Alguns sinais, como desgaste da sola, são bem claros. Entretanto, mesmo um tênis parecendo novo pode já ter perdido grande parte da capacidade de amortecimento. Eu sei que a gente se apega...rs...é como um filho...rs...mas desapega, desapega dos bens materiais....energia parada é energia negativa....rs...assim ensina o Feng Shue....

Há tênis com maior ou menor durabilidade, mas em geral recomenda-se trocar entre 560-880 Km de uso. Se você está voltando de uma fratura por estresse, deve aposentar o tênis entre 560-640 Km. Corredores pesados também podem ter que trocar o tênis mais cedo....


FOI A DICA....


fonte: Copacabana runners

2 comentários:

Bons Km disse...

Nossa eu acho isso tão complicado...
E preciso ficar de olho mesmo...eu nunca me liguei em fazer um teste da pisada e tals...
Mas eu estou vendo a minha km subir e meu tenis permanece o mesmo...
Boa dica...
Bjinhos
Boa semana
JU

Anônimo disse...

Belas dicas, Luciane. Eu também já andei cometendo pecados no uso de tênis. Tais erros podem transformar esses aliados em verdadeiras armas para a saúde de nossos músculos, articulações e ossos. Se eu tivesse lido um artigo esclarecedor como o seu há quase dois anos atrás, teria evitado um lesão que tive no sóleo. Queria autorização para reproduzir o seu texto em meu blog, obviamente citando a fonte. Um abraço e bons treinos.