quinta-feira, 16 de junho de 2011

FRACASSADOS???? QUE NADA!



Acredito que desde que éramos pequenos, tínhamos essa grande dificuldade de aceitar que fomos derrotados. Sei disso, porque quando brinco com meu filho de 3 anos e ele perde, levo um bom tempo explicando pra ele que nem sempre a gente vai ganhar e que perder também nem sempre é ruim, porque a gente aprende a não fazer aquilo de novo, ou pelo menos deve tentar, o que já é um bom começo.

No entanto, quando a gente cresce, a coisa não muda muito. Parece que há um bloqueio em que "perder" sempre significa fracassar, ser grande "looser" como se diz nos Estados Unidos. Não devia ser assim né?

Estou falando sobre isso, porque ontem á noite, quando fui treinar (SIM FUI TREINAR NO FRIO DE NOVO), encontrei uma conhecida que há algum tempo não via. la estava correndo. Surpresa, e feliz, por ter no mundo da corrida mais uma seguidora, perguntei quanto tempo ela etava correndo e se participava de provas. la me disse que corria há 2 anos e pouco e que chegou  a participar de algumas provas, até o dia em que em uma prova de 10km, não aguentou e parou, terminando os últimos 2km caminhando. Segundo ela, a sensação foi tão ruim que decidiu nunca mais participar. "caramba, eu corria todo dia 10km e não aguentei naquele dia. Me senti uma verdadeira fracassada".

Na boa, acho que todos nós corredores já passamos ou iremos passar por algo semelhante. Isso me aconteceu 1 vez na vida numa prova de 25km. Tá bom, confesso, nunca mais voltei a participar dessa prova, mas não po e me achado uma fracassada ou perdedora, mas poque realmente não me sentí preparada e empolgada para voltar. Lembro bem. stava um sol de 40º C. Larguei forte e meu mp3 resolveu pifar no km 17. Acho que foi mesmo o psicológico que me venceu. Andei 200 metros, perdí o 5º lugar no pódio. Por um bom tempo fiquei meio chateada.

Na verdade, passados tantos anos correndo eu posso afirmar com toda certeza do mundo. Desistir no meio de uma prova pode ser num primeiro momento um desastre, pode parecer o fim do mundo. Recentemente lendo o blog da Drica percebí bem isso. A gente treina tanto e quando chega no dia de provar o que a gente pode ser capaz de fazer, quebramos...é ácido láctico pra tudo quanto é lado, é fôlego que não aguenta, é tudo endurecendo ao mesmo tempo agora e o psicológico tentando nos convencer que somos uma bosta.

NÃO SOMOS! Como eu sempre digo, muitas vezes a gente realmente treina o suficiente, porem outros fatores nos impedem de seguir adiante, ou pelo menos nos obriga a partir para um plano B. Nem por isso somos fracassados, nem por isso devemos sentir vergonha, até porque às vezes a melhor estratégia mesmo é diminuir o ritmo e deixar aquela vontade de fazer o melhor para uma outra oportunidade.

Nem sempre precisamos fazer o melhor tempo. E também não é sempre que estamos dispostos, que o clima é favorável, que estamos ebm psicologicamente, que a umidade do ar está adequada, que uma gripe não nos atingiu...esses são apenas alguns de vários fatores que nos levam a desistir no meio de uma prova.

Na boa, nessa hora, eu sei, não é legal, um sentimento muito ruim toma conta da gente, ainda mais quando estamos focados naquela prova. Porém, se acontecer, se formos obrigados a como eu disse, partir para um plano B ou mesmo parar...pare. Não é vergonha, aliás, n´so corredores costumamos nos apoiar muito nesse momento por entender com exatidão o que aquela "quebra" significa pra gente.

Outras corridas virão, outros treinos e até por que não, outras desistênicas durante a prova, que o fará repensar no que é que deu errado. O importante é não se punir, e não achar que aquilo aconteceu porque você não foi bom o suficiente para segurar a onda e manter o ritmo até o final como esperava.

Eu sei, a teoria é realmente linda é incrivelmente irritante. Isso porque nós mesmos nosa acostumamos com aquela obrigação de sempre ter que ser  disciplinado, determinado, raçudo e que brasileiro não desiste nunca. 

Vamos combinar, duvido que há alguém com tantos predicados juntos. Tem nada. E felizmente ainda bem, não somos iguais ao outro e nem temos tantas qualidade assim..isso seria tão chato!  

Acho que bem melhor doq ue sermos vencedores toda hora, carregando essa obrigação nas costas, é  sabermos perder em alguns momentos, ou emsmo desistir. Estou falando aqui de conseguir enxergar no outro o que faltou em si. E a partir de então retomar de onde parou e começar a traçar novas metas ou a mesma, quem sabe.

O importante mesmo é nunca achar que você é pior do que alguém por ter desistido numa prova. E muito menos ficar se descabelando e se lamentando até a última geração.  E nada de querer se matar de correr para provar pra todo mundo que voce poderia ter sido o melhor, ou que você mesmo desistindo é o melhor....isso não funciona. Melhor mesmo é no dia seguinte ao ocorrido, tirar o relógio, e refrescar as idéias num trotinho a beira mar...

É isso! Pense nisso e corra por muito mais tempo!

3 comentários:

Marcus,Realengo disse...

Oi Luciane; Quebrar acontece com todo mundo e comigo aconteceu quando eu estava mais preparado pra uma maratona em 1987.Treinei durante 8 meses focado nela e estava pronto pra fazer 2;40m. Quebrei no km 35 e não completei a prova. Isso me deu tanta tristeza e desânimo que, juntando com um momento ruim na minha vida pessoal e profissional, eu parei de correr por muitos anos. Só o tempo e minha volta as corridas fez eu entender tudo que vc disse neste post. Bons treinos.

DricaPeixoto disse...

Lu, incrível como uma quase quebra pode abalar nosso emocional.
Eu fiquei mechida o dia inteiro, mas na semana seguinte já fui espantar os fantasmas com treinos regenerativos, bem do jeito que vc falou neste post. Cuca fresca e na beira da praia e foi a melhor coisa que poderia ter feito por mim.
Hoje já voltei ao normal e estou me fortalecendo para a Meia da Golden Four.
No final o que temos que ter em mente é que, infelizmente, não somos super-heróis.

Beijo e bom final de semana!

Guilherme Rodrigues disse...

Na minha primeira maratona 04/2011, eu quebrei no 27k.. Mas fui até o final, rastejando mais fui.. Na segunda maratona 05/2011, quebrei no 39k, tb cheguei andando... Na próxima do Rio 07/2011, espero apenas chegar sem nenhuma lesão.