quinta-feira, 10 de maio de 2012


RELATO DE CAMPEÃO

Recebí um e-mail do meu amigo ultramaratonista Márcio Oliveira dando um depoimento seu, especialmente para o meu blog (que chic) sobre correr gripado...Antes porém, preferí falar um pouquinho sobre isso, já que a gente sabe que é bem complicado deixar os treinos de lado por conta da danada gripe. E o assunto está bem propício, principalmente porque já estamos naquela meia estação onde de dia faz sol, de tarde faz chuva, à noite neve...rsrsrs..Haja organismo!

Correr com gripe abre as portas do seu organismo para doenças mais sérias Os exercícios enfraquecem ainda mais o sistema imune, por isso tem que se recuperar em repouso.

A gripe é um processo infeccioso, normalmente, desencadeado quando seu corpo apresenta baixa resistência imunológica. Por isso, quem corre precisa dedicar atenção em dobro à alimentação: o exercício envolve um alto gasto energético, enfraquecendo o organismo que não estiver devidamente preparado.

Além disso, é preciso levar em conta as alterações na temperatura do corpo, que acontecem durante o treino, e as variações de clima que se apresentam a quem pratica esportes ao ar livre.Tem muita gente que, mesmo com o nariz congestionado e o corpo dolorido, sai para correr, a justificativa é que o treino ajudaria a desintoxicar o organismo.

Cuidado com isso. Uma doença é sinal de que você está frágil e precisa poupar energia para combater os microorganismos causadores do problema.O efeito preventivo das atividades físicas, entretanto, não deixa dúvidas. Um estudo recente, publicado na revista do American College of Sports Medicine (um dos mais importantes centros de pesquisa em medicina esportiva do mundo) constatou: o exercício, quando praticado com regularidade e num ritmo agradável, diminui as chances de surgirem infecções. Mas os exageros fazem o inverso. Os corredores que treinam de maneira árdua estão mais suscetíveis a gripes e problemas respiratórios. A explicação para essa aparente incoerência está num aminoácido chamado glutamina, presente no tecido muscular. Consumida pelo corpo durante o treino, ela também alimenta os leucócitos (células de defesa imunológica).A saída para garantir apenas o bom efeito da atividade física é a moderação ou, no caso dos esportistas profissionais, a suplementação. Os aminoácidos de cadeia ramificada, conhecidos como "BCAAs", são usados na produção de glutamina e podem suprir essa carência, diminuindo as chances de doenças como gripes e resfriados. Já é comprovado também que os exercícios regulares estimulam a produção de citocinas, imunoglobulinas e das células chamadas natural killers. Estas últimas, como o próprio nome inglês diz, são definidas como assassinas naturais, pois têm a capacidade de reconhecer e matar células tumorais.Estudos recentes revelaram que a atividade física regular e moderada regula o sistema imunológico, fazendo com que ele fique preparado para resistir a infecções. Já os treinamentos intensos, e sem um cuidado maior, debilitam as defesas do organismo humano.

Aí, a gente se pergunta, e quando é dia de prova? A gente se prepara até o talo e tanã...eis que no dia a gripe tá lá. Vale a pena correr para competir, ou é necessário partirmos para o plano B, ou seja, só participar? E aqui, agora sim, o depoimento do Márcio caiu como uma luva, ainda mais por se tratar se um atleta ultramaratonista com um preparo bem maior do que nós, meros mortais....rsrs...Vamos acompanhar, porque vale a pena...

"Olá minha amiga olhe o que eu aprontei:  Bom, faltando 16 dias p/ uma importante prova de 80km trilhas ultramaratona, fiquei gripado muito mal, fui ao médico e medicado. Por 3 dias descancei e retornei aos treinos ainda debilitado.
Achei que daria sim para competir, apesar de estar na semana da prova e  4 dias sem treino ainda debilitado, acreditava que iria ficar bem, até então 1 dia antes da prova.
Estava com muita tosse com muco verde, enfim fui para a  prova e esta era a realidade: pela premiação ser boa arrisquei.  Eu na verdade fui porque tinha R$ 3000,00 para o campeão e um relógio no valor de R$ 2000,00 e sabia que poderia ganhar os 80km, apesar de ser muito duro o trajeto e saber que o último campeão passado havia terminado com o tempo de  08:50, ou seja, tempo ruim.
Resultado: minha teimosia me custou abandonar a corrida no km 30, quando estava na liderança da prova e ver eu mesmo me derrotando, vomitar muito, ter de 39 graus de febre, ir parar no hospital, tomar soro na veia e ainda gastar mais dinheiro com medicamentos.
Como lição e exemplo para muitos amadores ou proficionais nunca façam isso. Que fique aí um grande aviso porque sei que nós corredores fazemos muitas loucuras mesmo sendo experientes atletas muitas vezes fazemos loucuras.
Tudo isso me custou tristeza e mais uns 15dias parado sem o prêmio da prova que eu tanto tentei quando simplesmente meu corpo durante estes 16 dias estava tentando me dizer que para esta prova eu não deveria contar com ele. Eu não perdi a prova para o campeão, eu perdi para mim mesmo.
Um forte abraço a todos e vamos para a próxima... mais bem com saúde".

Taí, sábias palavras, ainda que tardias de um campeão, que assim como nós também erramos, mas procuramos aprender com os erros.


Um comentário:

Alison G. Altmayer disse...

Hoje eu corri com gripe, sem febre ou coriza, somente sem voz :-) Dia lindo, fui em velocidade de cruzeiro, só para curtir o visual da ponte dos Franceses.

Mas a gente tem que escutar os sinais que o corpo dá...

Bom post esse o teu!