quinta-feira, 17 de julho de 2008

SERÁ O FIM DAS MARATONAS???




Quatro anos atrás, o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima conquistou a medalha de bronze na maratona dos Jogos Olímpicos de Atenas. Além do pódio olímpico, o Brasil já teve um recordista mundial na distância, Ronaldo da Costa, e campeões em várias das principais provas do calendário internacional. Ainda assim, há diversos talentos sendo desperdiçados no país.
H á pouco mais de um mês, Ronaldinho fez à Gazeta Esportiva.Net uma avaliação preocupante. Sem um trabalho estruturado para corredores nesta distância, talentos estão sendo despediçados. A avaliação encontra respaldo na opinião de outro especialista. O técnico Ricardo D’Angelo trabalha há mais de uma década com maratonistas, entre eles o próprio Vanderlei Cordeiro.
“Nos últimos 15 anos, o Brasil obteve bons resultados em maratona e os fundistas brasileiros foram bem em geral. Mas nos últimos tempos, com exceção do Vanderlei e do Marilson, os resultados não têm sido de grande expressão. Embora o Franck (Caldeira) tenha vencido o Pan, a marca não foi muito expressiva (2h14min03)”, avalia. “O Brasil já esteve melhor, com volume maior de corredores bem na maratona, mas atualmente nós temos um corredor de nível internacional que pode encarar uma Olimpíada ou uma grande maratona, que é o Marilson”.
Assim como Ronaldinho, D’Angelo acredita que a mudança da situação foi provocada pela distorção de prioridades. “O foco mudou. Ninguém está preocupado em correr e ganhar uma grande maratona. Os corredores brasileiros que estão nascendo, que têm potencial, se limitam a ganhar provas de bairro, do Estado, ou em nível nacional, têm reconhecimento de mídia e pecuniário, então não se estimulam a fazer grandes marcas”, explica.
O problema surgiu de uma idéia positiva, que acabou corrompida. “Nos últimos cinco ou seis anos houve um boom de corridas de rua e caiu a qualidade dos corredores. É natural acontecer isso. Esta deficiência técnica é decorrente deste volume excessivo de corridas”, destaca D’Angelo. Mas ele não é contra as disputas de pedestrianismo. “Como incentivo à promoção da saúde, prevenção de doenças ou pelo lazer, ela tem seus objetivos. Até aquelas, quando bem escolhidas no calendário pelos atletas profissionais, são muito válidas. Só não se pode correr todo final de semana, que é o que acontece”.
A dificuldade se agrava porque sua origem está já na formação dos novos corredores, que saltam a fase básica das competições de pista em provas de fundo, indo direto para as corridas de rua. “É uma questão cultural”, ressalta D’Angelo, vendo aí também o que precisa ser mudado para corrigir a situação.
“Temos de tentar mudar o comportamento de quem inicia esses atletas para que passem pelo processo correto de se iniciar no atletismo de fundo e não de rua. Mudar este comportamento, principalmente dos treinadores, que estimulam seus atletas jovens sem estarem preparados, formados adequadamente, para enfrentar estas provas de rua. Esta é uma alternativa fundamental, trabalhar esta formação para que você possa corrigir e levar o atleta no caminho certo”.
Entre os representantes brasileiros nos Jogos de Pequim haverá exemplos dos dois tipos. Principal favorito do trio masculino, Marilson Gomes dos Santos fez a trajetória ideal. Treinado pelo ex-corredor Adauto Domingues, foi das pistas para as provas de rua e são deles os recordes brasileiros dos 5.000m (13min19s43) e 10.000m (27min28s12).
No extremo oposto está José Teles de Sousa. O começo tardio no atletismo, aos 21 anos e com oito dividindo o tempo entre as competições e o trabalho como operador de empilhadeira, inviabilizou a passagem pelas pistas. O terceiro brasileiro classificado na China, Franck Caldeira, também compete nas pistas.
O benefício da escala está na longevidade do atleta, que não queima etapas e adquire mais técnica e preparo para os desafios da rua. O próprio Teles reconhece isso. “Claro que ajuda no futuro para correr uma maratona”
Mas a queima de etapa não diminui sua confiança para Pequim. “É uma prova lenta e a maratona é uma caixa de surpresa e pode acontecer muita coisa”.
A edição grega da prova confirmou isto. Líder durante boa parte dos 42.195km, Vanderlei Cordeiro teve a prova comprometida pelo ex-padre irlandês Cornelius Horan, que o agarrou e tirou da disputa durante alguns segundos até o grego Polyvios Kossivas afastar o intruso.

2 comentários:

Jorge Cerqueira disse...

Oi Lu, boa noite realmente o Brasil perde muitos talentos é uma pena, isso acontecer. Espero que vc resolva logo o problema do seu pc e que vc e seu filho melhore logo de saúde.
Boa semana para vc.
JORGE
www.jmaratona.blogspot.com

Filadélfia disse...

E AÍ GUERREIRA, VOCÊ É UMA VENCEDORA!!!
BLOG LEGAL! PARABENS!!!
DEUS ABENÇOE SUA FAMÍLIA.
UM ABRAÇO!