terça-feira, 10 de janeiro de 2012

CORRIDA AO CONSULTÓRIO




Começo do ano, a gente começa a traçar as metas. Começamos a elaborar planilhas, escolher o tempo que quer fazer nos 5km,10km, 21k, 42km...e por aí...Compramos novos acessórios de corrida, fazemos uma nova playlist. Ok, tudo muito bem, tudo muito lindo, porém...não é nada disso que importa logo nos primeiros meses do ano ou em começo de temporada.

É incansável falar sobre esse assunto, até porque diz respeito à saúde...e como falar de corrida, sem antes falar da saúde? Impossível. Então, vamos lá, falemos dos exames que precisamos SIM fazer todo ano pra que tenhamos vida longa na corrida.

Obviamente estamos falando sobre a corrida, porém, qualquer atividade física que exercemos necessita que quem a pratica esteja com a saúde em dia e isso só é possível saber através de uma série de avaliações de saúde. E aqui não estamos falando só da categoria elite não, muito pelo contrário, seja ele um sedentário iniciando seu programa de condicionamento, um corredor já regular ou um atleta com objetivos de performance e competição...todos tem que passar por uma bateria de exames...e aqui até me atrevo a falar: bem chatinha....rsrs...

Eu já comecei os meus exames no fim do ano passado. Só antecipei, por conta daquele susto onde fui dormir e sentí palpitações estranhas e falta de ar.

E como bem diz Páblius Staduto Braga Silva, médico do Esporte da área de Gestão de Saúde do Fleury,   “É somente a partir de uma avaliação de saúde completa, feita por um médico do Esporte, que o corredor saberá qual é seu limite para treinar e competir.Os resultados ajudam na orientação e prescrição de exercícios quanto à carga de esforço, frequência semanal de treinamento, objetivos e, principalmente, os cuidados com lesões do esporte relacionadas com uma sobrecarga excessiva”, completa o médico.

É isso mesmo Doutor!!!!

Assim, para que você possa manter ou aumentar seu ritmo e frequência de treinos com segurança, listamos abaixo os exames considerados fundamentais para quem corre. Como eu disse, é chato, a gente geralmente tem uma vida corrida, não gosta de médico, muitos, odeiam picada e agulha, porém...não dá pra fugir não.

1- Avaliação Clínica

• Avaliação inicial com um médico do Esporte, que vai analisar o histórico esportivo, a saúde geral e o uso de medicamentos feito pelo cliente. É feita também uma investigação de lesões esportivas anteriores para uma orientação mais eficaz e personalizada.

• Antropometria (medidas de peso, altura e Índice de Massa Corporal) – É o segundo passo para a avaliação física de qualquer atleta ou praticante de atividade física. Ele é importante para indicar a possibilidade de sobrepeso e obesidade.

• Perimetria – Exame complementar ao antropométrico, avalia as medidas de tronco e abdome e se há diferença de tamanho entre os membros,. A medida da circunferência abdominal pode indicar o risco para doenças metabólicas e cardiovasculares. Membros com circunferências diferentes – por exemplo, coxas – podem indicar uma menor massa muscular e necessidade de fortalecimento localizado.

• Avaliação de postura – Identifica possíveis desvios e alterações de postura que mereçam um cuidado maior durante os exercícios.

• Avaliação da força muscular e flexibilidade (amplitude de movimento) – Importante para identificar possíveis limitações de movimentos que possam comprometer o seu programa de exercícios.


2- Avaliação nutricional

Investigação sobre hábitos alimentares, qualidade de alimentos ingeridos, associação de alimentação com a prática de exercícios e prescrição alimentar saudável. No Fleury Check-up Fitness, esta consulta tem duração de 30 minutos e, por meio de um programa de nutrição (o NUTWIN, da Unifesp), é possível comparar calorias gastas versus calorias consumidas, além da adequação de carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais, fibras e a hidratação, de maneira individualizada, conforme a prática e o nível de atividade física. Na consulta de retorno, o cliente recebe sugestões do que consumir antes, durante e após os exercícios físicos, o que vai variar se for iniciante, amador ou profissional em corrida.


3- Ergoespirometria (teste cardiopulmonar)

Exame de esforço que associa um teste ergométrico convencional à análise do ar expirado pelo paciente. Avalia a capacidade cardiopulmonar e auxilia o médico a determinar a faixa de batimentos cardíacos em que o exercício será mais saudável. Por meio deste exame determina-se o consumo máximo de oxigênio (VO2) e limiares de treinamento (frequência cardíaca de treinamento aeróbio).


4- Densitometria de corpo total

Faz a análise precisa e altamente detalhada da composição corporal do cliente, determinando a massa de gordura e a massa magra (músculos, ossos e outros tecidos).


5- Exames laboratoriais

• Hemograma completo e ferritina – Exames importantes para a investigação de anemias, principalmente por deficiência ligada à má nutrição ou por sobrecarga excessiva de treinamento.

• Glicemia de jejum – Importante para diagnosticar o risco para desenvolver diabetes.

• Colesterol total e frações (HDL, LDL, VLDL) – Importante na avaliação do risco cardiovascular, especialmente a análise das frações LDL (fração ruim do colesterol) e HDL (colesterol bom, que previne doenças cardiovasculares futuras).

• Triglicérides – Tão importante quanto o colesterol, esse tipo de gordura está relacionado à dieta alimentar, principalmente à ingestão de carboidratos.

• Ácido úrico – Exame importante para diagnosticar doenças relacionadas ao acúmulo dessa substância no organismo – como gota, por exemplo – e para os cuidados com a hidratação e com o consumo de proteínas.

Tá..aí a gente fala: "Caracas, tudo isso"???? Não filhão, ainda tem mais. Muitas vezes a gente acha que é só isso..vai lá, corre um poquinho na esteira, faz uns examizinhos no laboratório e tanã...já pode correr pelo mundo feito nosso querido Forest Gump. Nada disso. É preciso ir além...muito além, diga-se de passagem.


6- Odontologia

Você sabia que problemas bucais também influenciam na corrida? Tá bom..você sabia. Mas tem muita gente que não sabe disso não.  Pois é verdade! Os problemas bucais podem comprometer o corredor de diversas formas. Isso vai desde uma dor de dente que poderá desconcentrá-lo nos treinamentos ou no dia da prova, até a um problema mais sério, como uma infecção. Doenças infecciosas diminuem a imunidade e isso irá afetar os treinos e a baixar a resistência.

Eu sei o que eu sofrí por conta dos meus cisos. Aliás, sei que ainda vou sofrer, pois não os retirei. Eles estõ aqui, todos tortinhos, prontinhos para saírem dessa boquinha...mas...ainda não tive coragem...sei..estou errando...ah...vamos continuar explicando...rsrsrss...

Além disso, existem os problemas de mordida e encaixe, que são muito relevantes na prática da corrida. “Estudos recentes mostram que problemas no encaixe entre os dentes superiores e inferiores (oclusão) podem influenciar no posicionamento da coluna, quadris e, por fim, nos detalhes da pisada, como a pressão que o atleta exerce nos dedos do pé contra o chão para se impulsionar para a frente”, revela o cirurgião dentista Alexandre Viana Frascino. Os problemas relacionados ao “apertamento” dentário durante à noite - conhecido como bruxismo, também influenciam na performance, pois podem diminuir a qualidade do sono e, consequentemente, o rendimento do atleta.

Há também os problemas que acometem os próprios dentes e a gengiva e que, desta forma, exigem um cuidado ainda maior do atleta com sua saúde bucal. “Grande parte do volume de ar inspirado durante a atividade física passa pela boca. Isso aumenta o risco de cáries e também de doenças, como o ressecamento das mucosas e a perda dos efeitos protetores que a saliva proporciona ao esmalte dentário e tecidos de suporte dos dentes”, explica Frascino. Os atletas de provas mais longas devem prestar atenção ainda maior, já que, geralmente, tomam muitas bebidas esportivas durante a prática e isso pode acarretar problemas no esmalte dentário. “Uma solução prática seria ingerir um pouco de água após o uso da bebida esportiva e, ao término da corrida, realizar a higiene oral de forma mais completa”, indica.

Prevenção e planejamento são as grandes dicas quando o assunto é cuidado com a saúde bucal. Bons hábitos de higiene e consultas regulares ao dentista são as melhores formas de evitar doenças bucais e desconfortos que poderão prejudicar a preparação e o desempenho. Outro fator importante é com relação aos procedimentos odontológicos e o calendário do atleta. Para que nada fique para o último momento ou na semana da prova, é ideal planejar bem sua consulta ou tratamento, se necessário.

Ah, e aqui um avisinho até aos atletas de elite que ultimamente tem nos matado de vergonha em exames de dopping.

Ao sinal de alguma dor ou incomodo é muito importante procurar um especialista e avisá-lo também sobre as atividades esportivas para que, caso seja necessário o uso de alguma medicação ou execução de algum procedimento, o atleta não seja comprometido ou até impossibilitado de participar. Depois não adianta falar que não sabia que tal medicamento era proibido...

Tá, ok, então é só isso? Claaaaaro que não. A mulherada também precisa saber que fazer uma visitinha ao ginecologista é de suma importância.

 7- Ginecologia

Antes que alguém ache que houve algum engano, isso já é realidade. Hoje existe uma área da ginecologia voltada ao atendimento da mulher praticante de atividade física. O número de mulheres envolvidas no esporte cresceu muito nos últimos anos e, assim, a necessidade de uma atenção direcionada às particularidades desse público. Era o momento, então, de unir a ginecologia à medicina esportiva e, igualmente, cuidar da mulher que leva para as ruas, quadras, pistas, piscinas e tatames a sua feminilidade e seus hormônios. Para pensar:

1. Se o que você mais gosta de fazer é correr, alguém tem de ajudá-la a estar bem disposta. Afinal, se a cólica menstrual e a TPM incomodam muita gente, para esportistas esses sintomas ainda roubam a oportunidade de fazer o que mais se gosta. Porém, pode ser diferente.

2. A ideia é entender o quanto isso é importante para você e que esses e outros incômodos não podem privá-la de praticar exercícios. É aí que a ginecologia do esporte atua.

3. O ciclo menstrual e as variações hormonais não devem ser empecilho para que você realize seu treino de maneira adequada e que possa participar das provas quando se sente melhor. Além de mulher, você corre. Valorizamos sua vida esportiva e tentamos programar seu ciclo para que ele aconteça minimizando as alterações que possam prejudicá-la.

4. Existem algumas particularidades na mulher que pratica atividade física que a diferem das outras. Você já ouviu falar em “Tríade da Mulher Atleta”? Sabia que algumas corredoras têm maior risco de desenvolver incontinência urinária? Ou que alguns anticoncepcionais podem ser considerados doping? É importante que você tenha essa informação e não subestime alguns sinais que possam aparecer.

Estão vendo. Correr é muito mais do que comprar um tênis mega blaster advanced e sair correndo por aí...tem que cuidar da saúde primeiro queridões...pra começar o ano trincando e zeradinho na quilometragem.

Segundo Dr. Páblius, essas avaliações devem ser realizadas pelo menos uma vez ao ano, mas podem ser repetidas em um intervalo menor, dependendo das necessidades de cada indivíduo. “Geralmente, os exames são feitos duas vezes por ano para: corredores com objetivos de competição; iniciantes em um programa mais intensivo de atividade física – com o objetivo de perda de peso e que querem alcançar nível de corrida em um período menor do que seis meses –; ou clientes em reabilitação de lesões esportivas”, conclui o médico.
 
Obviamente a gente mais do que ninguém conhece o nosso corpo. Mesmo que tiver feito todas as avaliações existentes na face da terra, sentiu qualquer dorzinha etsranha, antes de pensar que é porque está muito tempo sem treinar, ou porque exagerou, para, descansa 48 horas e se ela persistir, não economiza no plano de saúde não...até porque o lema aqui é CORRER BEM PRA CORRER SEMPRE!



Fontes: Páblius Staduto Braga Silva, médico do Esporte da área de Gestão de Saúde do Fleury, e Carla Yamashita, nutricionista da área de Gestão de Saúde do Fleury e Tathiana Parmigiano é ginecologista do esporte do HCor. Formada pela Unifesp, atua nas seleções brasileiras de judô e basquete e no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo (SP).

Um comentário:

Regis..."amocorrer" disse...

0i luciane como vai?
um otimo começo de 2012 pra ti e familiares.E o pai..continua correndo?
me diz uma coisa..vc vai correr na praia grande dia 19-01?cai de quinta feira, fiz inscrição me responda em meu e-mail se possivel.Grato Regis
amocorrer@hotmail.com