quinta-feira, 24 de março de 2011

MUITO CUIDADO: NEM TODA DOR É NOSSA CONHECIDA...

Hoje, como de costume, fui fazer meu treininho. Dia duro. 14T 1`1`D (14 tiros de 1 minuto para 1 minuto de descanso.  Quando eu estava no descanso do 10º tiro, um atleta estava parado ao meu lado sacudindo as pernas. Devia ter uns 40 anos. Assim que eu parei ele disse: "Dia quemte. Tá dureza pra mim. 6 meses parado por conta de uma dor  no púbis. O médico disse pra eu começar devagar, ma nem devagar tá dando".

Na boa, a frase doeu na alma. Só quem ama correr sabe o quão ruim é estar sem correr. Uma coisa é a gente acordar sem vontade e pronto. Outra coisa é você acordar na fissura e dar de cara com uma placa de proibido correr. A vontade de que dá, é pedir pra morrer.

A gente lê tantos artigos sobre lesões. Mas na boa, geralmente quase todos falam sobre as mesmass: é lesão por estress, canelite, fascite plantar, dor patelo femoral, estiramentoe blá blá blá...coisas que a gente tá careca de saber ou pelo menos tem uma base. No entanto, há uma dorzinha que incomoda e muito os corredores e também é muito comum...Minha amiga Patrícia já teve, meu pai já teve, meu amigo teve...Estou façando da pubalgia.



Certamente muitos corredores já tiveram  púbis.mas como existem muitas dores que rondam atletas e esportistas em geral, sendo que algumas têm características que chegam a ser confundidas com outras patologias, muitosa deles nem foram ao médico e pior, muitos deles ainda insistem em treinar com essa dor achando que é a famosa dor tardia, dor por execsso...

 Nestes casos, o diagnóstico correto é imprescindível para que o tratamento dê resultado. Uma dessas dores é a pubalgia, que incomoda alguns corredores e que precisa ser tratada para não atrapalhar os treinos e as competições. Como foi o caso de Vanderlei Cordeiro de Lima, que iria correr a Maratona de Turim (dia 13/4) em busca do índice para Pequim, e foi obrigado a parar por uns dias os treinamentos para tratar de uma inflamação no púbis. Em função do problema, ele adiou para a Maratona de Praga a busca por um bom resultado.

O termo pubalgia denomina dor no púbis (o osso que se localiza no final do músculo do abdome, sob a região genital; faz parte do osso do quadril. Essa denominação é muito abrangente, o que muitas vezes gera confusão, pois seus sintomas podem se assemelhar a outras patologias. Para alguns autores este termo é usado para a ocorrência da lesão do canal inguinal, mais conhecida como hérnia inguinal.

Outras patologias que têm sintomas parecidos são: hérnia inguinal, doenças geniturinárias, osteítes púbicas (síndrome do músculo grácil e síndrome do músculo piriforme), prostatite, bursites na região do quadril ou artrite do quadril. Porém, mais de uma causa pode estar associada à dor no quadril. Abordaremos nesta matéria somente a dor na virilha relacionada à tensão da musculatura dessa região com ou sem alteração do osso do púbis e sem hérnia inguinal.

A dor na região do púbis ou na virilha é muito comum em atletas e pode ser aguda ou crônica. Acomete principalmente jogadores de futebol e tênis, mas também corredores de longa distância (maratonistas) quando em treinos de tiro, ou corredores de aventura. É mais freqüente em homens do que em mulheres devido à quantidade proporcional de praticantes de futebol e também às diferenças anatômicas e biomecânicas dessa região do corpo (a bacia da mulher se adapta melhor aos impactos dos esportes).

Mecanismos de lesão e causas: Os mecanismos de lesão podem incluir alterações rápidas de direção, movimentos repetidos de corrida associados a desequilíbrios musculares, traumas diretos, diferenças no comprimento dos membros inferiores, prática esportiva em pisos duros, uso de calçados inadequados e excesso de treino.

A causa mais comum da dor na virilha é a distensão ou tensão exagerada da musculatura que envolve esta região, abrangendo os músculos adutor longo, reto abdominal, iliopsoas, pectíneo e reto femoral. Pouca flexibilidade da musculatura da região do quadril e pélvis, assim como instabilidade de quadril e desequilíbrio muscular entre adutores e músculos do abdômen, também podem contribuir para o surgimento da pubalgia.

Quando a pubalgia tem sua causa na musculatura, o músculo e tendão mais acometido normalmente é o do músculo adutor (porção longa), podendo apresentar uma inflamação crônica ou até uma lesão das fibras (ruptura de uma parte do tendão ou músculo). Outro músculo comumente acometido é o reto abdominal na porção que se insere no osso púbis. A tensão nestes dois músculos desequilibra o quadril, pois o músculo reto abdominal traciona o osso do quadril para cima, enquanto o adutor puxa para baixo.


Sintomas: A dor é bem localizada na virilha e pode acometer apenas um lado ou os dois. Normalmente ocorre durante a corrida (ou outro esporte), mas se o atleta continuar correndo a dor pode aparecer durante outras atividades como sentar-se e levantar-se de uma cadeira, subir e descer escadas, agachar, mudanças de direção abrupta, aceleração e chute. Corredores normalmente apresentam dor localizada e forte desde o início da doença.

Se houver irradiação da dor, o atleta pode sentir incômodo na região de abdome inferior, adutores, região genital e lombar, caso haja associação com alterações da articulação sacroilíaca (junção do quadril e porção final da coluna).

Diagnóstico:  Quanto mais demorado for o início do tratamento maior será o tempo de recuperação. Quando diagnosticado e tratado rapidamente o corredor tem a chance de não se afastar da corrida, tendo apenas o seu treino modificado até a recuperação total. O tempo de afastamento do esporte depende de cada caso.

O diagnóstico médico é de extrema importância. Além do exame físico, os exames de imagem auxiliarão o médico a fazer o diagnóstico correto. O raio X pode mostrar lesão do osso púbis, calcificação dos tendões acometidos, osteoartrite ou instabilidade pélvica. Já a tomografia computadorizada e a ressonância magnética podem evidenciar outras causas da dor na virilha, como a existência de hérnia inguinal ou lesões musculares e tendíneas.

Tratamento: O tratamento para dor na virilha decorrente da hérnia inguinal é, na maioria das vezes, cirúrgico. Já o tratamento para pubalgia decorrente das alterações musculares e ósseas é conservador. Esse é o principal motivo de escolhermos o segundo tipo para aqui abordarmos. Além do tratamento médico, a acupuntura e a fisioterapia auxiliarão a completa recuperação.

O objetivo do tratamento fisioterápico consiste em diminuir a dor e a inflamação, aumentar a resistência do tendão ou tendões acometidos, restabelecer o equilíbrio muscular, melhorar a estabilidade do quadril e da coluna. É recomendada a aplicação de bolsa de gelo por 20 minutos no local da dor, duas a três vezes por dia, desde o início do aparecimento da dor até o final do tratamento.

No início da patologia não se deve correr com dor. Muitas vezes, após a realização do tratamento correto, no retorno ao esporte pode acontecer um pouco de dor durante a corrida, mas essa dor pode ser descrita mais como um incômodo do que dor. A musculatura acometida precisa de um tempo de adaptação, o que justifica esse incômodo, bem diferente da dor durante a pubalgia.

A pubalgia é um grande desafio na medicina esportiva. Não é apenas um problema para ser diagnosticada, mas também de difícil tratamento. Se não tratada corretamente pode se tornar crônica e atrapalhar a vida esportiva dos atletas. É uma patologia que requer um acompanhamento multidisciplinar. Siga a orientação do seu médico e procure um profissional capacitado para acompanhar a sua reabilitação. O fisioterapeuta poderá utilizar técnicas de terapia manual e correções posturais como RPG (Reeducação Postural Global) para proporcionar uma recuperação segura e completa (sem recidivas). Dessa forma você não sentirá tantas saudades da corrida...

fonte: Revista contrarelógio

Um comentário:

Nego disse...

|Tenho 24 anos, jogo futebol com frequência e estou com essa dor a 8 meses, meu rendimento no esporte caiu 00% mal consigo correr ou chutar, amanhã tenho minha primeira consulta, demorei muito para cair na real e procurar um profissional