A gente passa a vida inteira fazendo escolhas. Eu escolhi correr. Passei muitos anos de minha vida só correndo...corria descalça, corria de tênis, corria na água...Então escolhi correr e competir. Era preciso mais do que simplesmente correr. Sentir-se motivado no meio de tanta gente com a mesma paixão era o suficiente. Competir, era apenas uma modo de dizer, significava apenas ouvir o fuóóó da largada, sentir o ácido láctico no corpo e chegar do jeito que dava. Não importava se chegasse por ultimo, importava mesmo era chegar. Por um bom tempo foi assim. Por um bom tempo permaneci achando que essa escolha permaneceria até o fim de minha vida. Então, escolhi correr, competir e vencer. Não foi tão de repente. Subi no pódio umas 8 ou nove vezes ainda com a vontade de vencer adormecida. Eu vencia, mas não era o objetivo. Quando fiquei grávida, achei que tudo terminaria, e que eu nem consguiria mais correr, devido ás grandes obrigações do cotidiano. Provei que não. Voltei a correr e nove meses após o nascimento de meu filho, voltei a subir ao pódio. Era o 9º. Todavia, aquela falta de vontade de vencer mesmo, de trazer para si o verdadeiro significado de competir deu espaço a um novo foco...vencer, vencer e vencer. Passei a treinar mais e mais e obviamente a cada prova vi resultados que me alegravam...novos pódios. Talvez isso me impulsionou a optar por vencer mais e mais. No entanto, talvez por estar realmente disciplinada em meus treinos, tive uma semana exaustiva e me dei o direito a descansar 2 dias seguidos. Não era o que a planilha pedia, mas era o que eu queria. Fiquei feliz por ainda ter i direito de escolher entre treinar ou não treinar. E então passei a me fazer alguns questionamentos. Será que o fato de eu treinar, me exaustar poderia quebrar o encanto do esporte? Será que ele não ocuparia um lugar de prazer em minha vida, fazendo com que cada vez que eu colocasse o tênis e saísse para correr, me esquecesse de tudo e de todos ao meu redor...passando a se tornar mais uma preocupação, uma obrigação, algo que me estressasse? Não quero ser melancólica, mais não estou certa de caminho devo continuar a seguir...correr por prazer, correr e competir, correr, competir e vencer?
Não quero e nem posso ser escrava da corrida...pois nem é dela que tiro meu sustento... tiro sim.. muito prazer, muito satisfação em praticá-la. Não consigo me imaginar sem correr, mas também não consigo me ver durante muito tempo lutando contra tempo...Sempre disse aqui que cada sabe o seu limite...mas será que sabe mesmo? Quando eu sei que devo parar?
Não quero acordar, ir correr já pensando em voltar... quero continuar correndo, sem vontade de voltar pra casa, sem vontade de voltar para o mundo das obrigações...
Uma coisa é certa...a corrida faz parte da minha vida ....eu só preciso ajeitá-la novamente....para isso é preciso achar a resposta dos meus questionamentos....até porque, como diz a famosa frase de DAVID LLOYD GEORGE, " Não se pode saltar sobre um abismo com dois pulos pequenos".
3 comentários:
Momentos de reflexão. Volta e meia eles aparecem nas nossas vidas. Nesse caso, o importante é continuar correndo não importa a maneira.
Demorei pra chegar no seu blog, mas já estou seguindo e coloquei nos favoritos
Abraço
É, Luciane... temos que viver os momentos bons do jeito que nos sentirmos melhor. Mas com certeza, nem sempre sabemos dos nossos próprios limites, só sabemos se estamos gostando ou não! Temos que parar para ver se isto está nos fazendo bem, de vez em quando, sim! Eu tenho os meus limitadores! Rsrs. E me sinto mais segura assim! Rs. Bons treinos!
oi Luci... olha só, não pode parar! Eu me inspirei em você, comprei um tenis e vou começar a correr essa semana... quando leio seus textos sobre as provas, todas a preparação, as histórias... fico muito curiosa e com vontade de experimentar essas sensações com a corrida.
Não me achei em nenhum esporte, mas correr era uma coisa que eu gostava na academia... parei em dezembro quando sai de ferias, e não voltei ainda com preguiça. Resultado: não tenho mais folego, engordei e estou me sentindo mal comigo mesma.
Massss... graças ao seu blog e ao que vc escreve, me inspirei a voltar, mesmo com o FRIO que está fazendo aqui em SP.
Não para, não para, não para....
beijos.
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