quinta-feira, 27 de maio de 2010

MÃO DUPLA


Hoje eu tomei um susto do caramba...Eu tinha deixado meu filho na casa da minha mãe, como de costume e fui para à academia fazer musculação. Quando voltei, meu pai estava brincando no quarto com meu filho e minha mãe deitada. Quando cheguei perto dela na cama, percebi sua respiração ofegante demais e lhe perguntei o que ela estava sentindo. Ela apenas me disse que estava se sentindo um pouco cansada. Sua aparência era mesmo a de uma pessoa cansada, o que me assustou bastante, já que quando a deixei em casa ela estava ótima.

Então, quando ela começou a dizer que me amava e que era para eu cuidar bem de meu filho...aí, f...Pedí para que meu pai ligasse para a ambulância urgente e a levasse para o hospital. Pelo o que ela me disse e após ter me dito também que sentia os braços dormentes....nossa...pensei no pior.

Assim que a ambulância chegou, a colocou sentada e mediu sua pressão. Ela estava andando torta.. seus braços, suas mãos, suas pernas... Felizmente a pressão estava normal (ela tem pressão alta). Mesmo assim, a levaram para o hospital.

Graças a Deus foi só um susto. Pouco mais de 1 hora depois, ela voltou com meu pai. Teve uma crise de estress. O problema dela é que ela guarda muito as coisas para si e então, o corpo não agüentou e pronto.. uma explosão....

Como tudo que eu posto tem a ver com o que passo na vida cotidiana, a idéia é falar um pouco sobre o estress no esporte. Pensam que quem corre não se estressa? Todo mundo diz que a corrida é um santo remédio para o estress, mas isso depende muito do grau de esforço que você faz e dos objetivos que você espera alcançar no esporte.

Não é difícil reconhecer os efeitos do estresse no organismo. Basta um susto para sentir parte deles: o coração fica acelerado, a respiração se torna mais curta, a musculatura fica tensa e as mãos e os pés ficam úmidos. Quando esses sintomas são vivenciados com muita freqüência e intensidade, podem prejudicar a saúde.


Quem pratica esportes, porém, muitas vezes associa o cansaço e as dores às conseqüências normais da atividade.O pior é que, para nós, corredores e praticantes de esporte em geral, há um agravante: a exigência física à qual somos submetidos faz com que essas alterações tenham um impacto ainda maior.

Assim, a tensão muscular, que não causaria nada grave em muitas pessoas, pode gerar dores generalizadas e mesmo lesões musculares em quem se exercita. Já a diminuição da visão periférica aumenta o risco de cair ou dar um esbarrão naquela partida de futebol.Além disso, em atividades aeróbicas, os sistemas cardíaco e respiratório recebem uma demanda extra. Se o estresse entrar nessa equação, será preciso fazer ainda mais esforço. "A sobrecarga pode desencadear outros processos, como um broncoespasmo seguido de falta de ar", afirma Moisés Cohen, chefe do Centro de Traumatologia do Esporte da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).Foi o que aconteceu com o triatleta Frederico Wilche, 53. Há 3 anos, ele começou a ter crises de asma e a sentir dores no corpo. Também sofreu umas contusões que vieram daí."Ao mesmo tempo, ele estava fechando um contrato importante, com saudade da filha, que mora longe, e ligado à reestruturação da Sociedade Paulista de Triathlon, que preside.


Em outros casos, o próprio esporte é a fonte do estresse. É o caso de Adalberto Almeida, 27, que pratica salto triplo e mal dorme antes das provas.O período em que ele mais se machuca coincide com a fase que considera a mais tensa do ano. "Janeiro e fevereiro são os meses em que fazemos a preparação para o ano. Tem o estresse da autocobrança, é quando você vê se vai render ou não. E também a fase das contusões."


O estresse afeta até os ossos. A elevação do nível de cortisol (hormônio ligado ao estresse) prejudica a osteogênese (formação dos ossos), segundo o fisioterapeuta Marcus Vinícius Gomes, diretor da clínica Neuron & Therapeutics, no Rio.O fornecimento de cálcio é afetado, e a vascularização do sistema ósseo é prejudicada pela constrição vascular, diz Gomes. Esse quadro, aliado a um impacto forte, pode fazer com que o osso trinque em sua parte mais interna, afirma. Essa lesão, conhecida como "over use" (uso excessivo), é cada vez mais comum em atletas.

Sabe que comecei a pensar mais a respeito. Quando estava no auge do meu tempo, 46:05 nos 10k, passei a me cobrar mais ainda e exigir maiores resultados. Então comecei a me lesionar. Veio a síndrome do periforme, a bursite, 2 estiramentos nas coxas...eu realmente acho que estava estressada....cansada e não quis ouvir o corpo pedindo para relaxara um pouco. Agora também passo por um momento parecido. A bursite voltou, as competições começaram, o campeonato está forte e eu não quero aceitar que precisaria relaxar um pouco mais. Coisa lamentável...

Todos esses efeitos, porém, dependem da personalidade e das reações que cada um tem ao ser pressionado. Para Cozac, as pessoas mais suscetíveis costumam ser aquelas que se irritam facilmente, com altos índices de ansiedade e baixa capacidade de concentração.Ana Maria Rossi, presidente da ISMA-BR (International Stress Management Association), inclui nessa lista a dificuldade de adaptação a novas situações, baixa auto-estima e pouco suporte social. "Muitos tentam compensar suas carências por meio do esporte e exageram. Já quem teve um dia horrível e sai para caminhar tende a andar mais rápido e quase marchando, o que aumenta o impacto nos pés."

Eu tenho a terrível mania de quando me aborreço, desconto n corrida. Se o treino é de 10km lentos, acabo fazendo um longão. Acho que muitos acabam fazendo isso mesmo sem querer. Achamos que estamos aliviando o estress, mas estamos colaborando para que ele cresçam e consequentemente apareçam mais lesões.

Essa coisa de estress no esporte creceu tanto, que problema levou o American College of Sports Medicine a divulgar, um guia dedicado à relação entre estresse e lesões e a estratégias para minimizar esse risco. Segundo o documento, fatores emocionais predispõem a lesões mesmo em quem tem bom condicionamento físico e se exercita em local adequado.O guia, elaborado em parceria com outras cinco entidades médicas, como a sociedade americana de medicina esportiva, defende que o estado emocional do atleta também faça parte das avaliações de pré-temporada.Embora a associação entre estresse e lesões já seja conhecida entre médicos, o problema ainda é subestimado, afirma o psicólogo esportivo João Ricardo Cozac, diretor do Ceppe (Centro de Estudo e Pesquisa e Psicologia do Esporte). "Muitos talentos foram perdidos assim. Eles são escalados porque estão bem fisicamente, mas estão estressados e ninguém detecta isso."

Por isso galera, a gente sabe, correr alivia as tensões do dia a dia, ajuda a previnir o estress....a dica é correta, mas exige uma cautela e principalmente exige que a gente comece a tentar, pelo menos tentar, entender a voz do nosso corpo, pois caminhamos numa via de mão dupla com a corrida...dependendo do que exigimos de nós mesmos. Pense nisso....porque eu já tô pensando....


fonte: Folha on line

Um comentário:

Jorge Cerqueira disse...

Realmente o estresse é fogo não podemos dar bobeira. Ainda bem que no caso de sua mãe só foi um susto e ainda bem que vc chegou a tempo...Graças a Deus.

Bons treinos,

Jorge Cerqueira
www.jmaratona.com