sexta-feira, 17 de julho de 2009




VOCÊ ENCARA ESSA?


Estava eu num consultório médico, aguardando para fazer exames de rotina, quando abri uma revista para passar o tempo. Coincidentemente o assunto era esporte, especificamente atividade aeróbicas...mais especificamente.. corridas....


Quando vi uma mocinha semi-nua dentro de uma câmara esfumaçada, jamais poderia imaginar que a temperatura enfrentada era de -170º. Sim, isso mesmo, entrar numa câmara de gelo a - 170º e lá permanecer por 3 minutos...A matéria tratava de um tratamento ainda novo: a crioterapia. Mas o que é isso afinal de contas?


Tecnicamente falando, a crioterapia, que significa literalmente " terapia pelo frio", é a aplicação terapêutica de qualquer substância ao corpo, resultando numa retirada do calor corporal e, por meio disso, rebaixando a temperatura tecidual.


Embora o assunto seja relativamente novo, a sua utilização remonta ao século 2500 AC, quando utilizada pelo povo egípcio, como método analgésico e anti-inflamatório. Estas propriedades tornaram a sua utilização numa prática comum durante o século XIX, pelo médico do exército de Napoleão Bonaparte. Era na realidade o método mais utilizado em situações de amputações. Em meados dos anos 70 começa a ser utilizada como prática comum nas lesões desportivas e a sua utilização estende-se até aos nossos dias.


Os efeitos fisiológicos ocasionados pelo uso da crioterapia são:

- anestesia;
- redução da dor;
- redução do espasmo muscular;
- estimula o relaxamento;
- permite a mobilização precoce;
- melhora a amplitude de movimento;
- estimula a rigidez articular;
- redução do metabolismo;
- redução da inflamação;
- estimula a inflamação,;
- estimula a circulação;
- redução do edema;
- quebra do ciclo dor-espasmo-dor...


É coisa pra caramba...e vai desde coisas mais simples, como bolsa de gelo, até a doideira de se enfiar em uma temperatura absurda de -170ºC.

Mas, será que uma terapia meio diferente como essa funciona mesmo? Na Inglaterra, temperaturas baixíssimas estão ajudando até no tratamento do alcoolismo. Como é possível pedras de gelo como essas ajudarem um atleta?
A sede de uma antiga fazenda centenária, 50 quilômetros ao norte de Londres, ainda mantém a aura original. Um lugar paradisíaco que virou uma clínica gelada. A onda é a crioterapia: a imersão completa no máximo de frio que o ser humano pode suportar: 110ºC abaixo de zero. A fisioterapeuta responsável pelo tratamento afirma que o frio ao extremo faz o sangue circular mais depressa. Segundo ela, isso aumenta a oxigenação na corrente sanguínea. Os músculos ficam mais rígidos, a pele mais durinha e os órgãos internos funcionam melhor. Na clínica, essa terapia complementa tratamentos para depressão, problemas no fígado, dependência de álcool e drogas, perda de memória, celulite, artrites e uma infinidade de outras doenças - principalmente relacionadas à musculatura.
Atletas têm recorrido a uma forma mais leve de crioterapia.
O jogador Ronaldo, do Corinthians, mergulhou num barril cheio de gelo por alguns minutos para recuperar a musculatura. A seleção brasileira de futebol também usou a técnica da imersão no gelo antes de alguns jogos. Em média, são 20ºC negativos. A inglesa Pam é uma das adeptas da crioterapia. Ela diz que está fazendo tratamento de beleza. O objetivo é dar uma esticada na pele, deixá-la mais firme. Ela faz um tratamento básico: duas sessões de crioterapia por dia, cada uma durando 3,5 minutos. Mais tempo na câmara pode ser perigoso. A clínica não revela os segredos do frio artificial. Ela informa apenas que a câmara consome 45 mil litros de nitrogênio por hora. Antes de entrar, o paciente tem de vestir meias, luvas, cotoveleiras e joelheiras. É para evitar que a pessoa fique colada no chão, caso leve um tombo. O nitrogênio produz um frio tão seco que é capaz de fazer grudar. Pam entra primeiro na câmara de, no máximo, 60ºC negativos, para o organismo se acostumar. Depois de 30 segundos, encara o tratamento pra valer: 120ºC negativos. “É uma sensação indescritível”, ela diz.

O repórter Marcos Losekan resolveu encarar a câmara e experimentar. Tamanquinho, uma máscara também, pra não congelar a boca e o nariz, o líquido que tem dentro da boca - evidentemente a saliva -, e o líquido, a parte úmida do nariz. "A primeira sensação é esquisita, o corpo todo começa a formigar. E olha que essa é a câmara, digamos, mais quentinha". A fisioterapeuta entra junto, mas ela está bem encasacada. Ela manda o repórter ficar andando, se mexendo o máximo possível pra não congelar as articulações. Depois de passar por uma câmara a 55ºC negativos, foram para uma sala a 110ºC negativos. "É como levar um choque! De cara, uma tremedeira geral. Depois, os músculos repuxam, como se estivessem buscando novos espaços no corpo. A fisioterapeuta pede para relaxar. Mas como relaxar nesse frio? É mais ou menos como fazer uma sauna ao contrário, porque aqui é uma mistura de frio com calor, é como se o corpo estivesse queimando ao contrário. É impressionante, não há como descrever. A única coisa que a gente tem é uma vontade louca de sair daqui e entrar no fogo, no meio do fogo. O corpo fica mais rígido, eu sinto que estou mais firme. É impressionante”, conta o repórter. A fisioterapeuta explica que a crioterapia não deve ser feita em casa, sem acompanhamento médico. Nada de encher a banheira de gelo e se jogar lá dentro.

Na boa, eu não encaro isso mesmo...mas nem de graça...Tem tanta coisinha menos agressiva e que ajuda tanto quanto...quer ver?

• Compressas Frias ou Panqueca fria – Compressa Fria ou Panqueca Fria
A panqueca fria é utilizada com freqüência por pessoas em suas casas. Para se preparar uma panqueca fria devemos molhar uma toalha em água fria e adicionar, dentro da toalha, gelo moído e dobramos em forma de uma panqueca.
Na compressa fria molhamos uma toalha em água fria e dobramos em forma de uma compressa.
A panqueca fria é mais eficiente do que a compressa fria, mas, mesmo assim, o seu efeito terapêutico, para reduzir a temperatura de um tecido, é muito limitado.
Pode ser indicada nos casos onde necessitamos de um resfriamento superficial. Esse método tem eficiência em torno de apenas 5 min, pois a partir desse momento a temperatura se eleva perdendo assim o objetivo do tratamento.

• Massagem com gelo – o gelo pode ser aplicado directamente sobre a forma de massagem. É muito eficaz em zonas de pequenas dimensões como a região tíbio-társica (tornozelo), sobre um músculo, um tendão e as articulações do membro superior;

• Imersão em água gelada – Podemos dizer que será uma das técnicas mais eficazes, no entanto, ainda a menos utilizada no desporto nos nossos dias. Consiste em introduzir a área afectada num recipiente (a mais usado é a banheira) com água e cubos de gelo. È muito útil (mas muito dolorosa) para evitar as micro-rupturas. Este método provoca uma rápida diminuição da temperatura e da dor. Útil em extremidades como cotovelo, braço, mão e tornozelo, podendo também ser utilizada em grandes superfícies corporais como a região lombar ou membro inferior. Na aplicação desta técnica devemos ter em consideração que a perda da temperatura da água ocorre na medida em que o gelo derrete, logo para a mantermos, devemos repor o gelo constantemente. Ainda será de considerar que a água, nos 5 minutos iniciais após a imersão, tende a aquecer na região que circunda a região que está a ser tratada, logo devemos movimentar a água de uma forma constante para que não interfira com o tratamento. Nunca será demais relembrar, por uma questão de higiene, que essa água não deve ser reaproveitada para novo tratamento. O tempo de imersão é regulado atendendo ao quanto se pretende reduzir a temperatura local.
Esta técnica é muito usada nos atletas de triatlo e corredores de longa distância. De referir a atleta Vanessa Fernandes que a utiliza para prevenir lesões;

• Aerossóis – consiste na aplicação de um spray pressurizado no local afectado. Este método é muito utilizado em alguns desportos (ex: futebol). O tempo de aplicação é breve e a temperatura baixa rapidamente.

* Turbilhão Frio - Esse aparelho tem as mesmas características do turbilhão convencional, isto é, um recipiente com um reservatório de água e um aparelho que proporciona um jato de água, porém, atua com uma temperatura entre 1ºC a 5ºC para tratamento de áreas pequenas e de 10ºC a 15ºC para trabalhar em áreas grandes. O jato de água tem o objetivo de massagear a área. Não foi encontrado mais detalhe dessa técnica. Rodrigues questiona em seu trabalho que "o banho frio tem o objetivo de reduzir o metabolismo e promover a vasoconstrição, mas quando nós fazemos hidromassagem nos tecidos, não estamos promovendo estilos para um maior efeito metabólico, muito embora em proporções bem menores do que ocorre no banho quente.

* Banho de Contraste - Essa técnica consiste numa alternância entre o calor e o frio, onde os objetivos são vasomotores, isso é, alterações circulatórias que o agente frio e o calor promovem nos tecidos.
É realizado dois recipientes, um deles contendo uma mistura de gelo e águas, e o outro com água quente numa temperatura que varia de 40ºC a 45ºC.
A água quente deve ser iniciada com duração de 5 min. para promover uma vasodilatação alterando o fluxo sangüíneo de 1,6 lts para 1,71 lts. Em seguida deve ser usado o frio que provocará uma queda imediata da temperatura subcutânea e profunda.
Devemos terminar a técnica utilizando o frio com duração de 3 min. com o objetivo de resfriar os tecidos e reduzir as necessidades metabólicas dos mesmos.

Como podemos ver há uma infinidade de opções para aqueles (como eu) que não querem congelar literalmente, mas que não se importam se sentir..um friozinho...rs...friozinho.........inho, inho...rs...


Um comentário:

Mayumi disse...

Dona Luciane! Como a senhora vem falar de crioterapia neste frio?! Rsrsrs. Pois é, tem gente que diz que o tratamento de gelo resolve, outros que dizem que é melhor esquentar o corpo a esfriar. É bem controverso estes tratamentos, né? Mas, neste frio, acho que prefiro esquentar!