terça-feira, 11 de novembro de 2008



SÓ SE FOR PARA GANHAR....


Duas vezes campeão da Maratona de Nova York e da São Silvestre, o maratonista Marílson Gomes dos Santos ainda não sabe se participará da tradicional prova de rua que fecha o calendário anual do esporte brasileiro. Cansado pelo esforço feito nos Estados Unidos, de onde chegou de viagem nesta segunda-feira, o brasiliense deve decidir em cerca de duas semanas se irá correr pelas ruas de São Paulo no último dia do ano.
Em pauta, estão as chances de Marílson fazer bonito novamente na capital paulista. “Ganhar ou perder faz parte do jogo, mas se ele não tiver a mínima condição de ser o primeiro colocado, ele não vai entrar”, resumiu o treinador do atleta, Adauto Domingues. “Em uma prova como a São Silvestre, o Marílson não vai entrar para ser segundo, mas sim para brigar pelo título”, deixou claro.
E a condição de Marílson brigar pelo título na São Silvestre se baseia essencialmente em como seu corpo irá reagir nos próximos dias. “A São Silvestre é a principal prova do país e onde eu comecei a crescer, mas vou avaliar como eu estarei. Acabei de fazer uma maratona e a recuperação não é fácil, pois, embora eu tenha treinado pouco tempo para Nova York, existe um cansaço físico e psicológico”, explicou. “Depois de uma maratona, aparecem microlesões no corpo de um
atleta e, com o passar dos dias, algumas podem incomodar um pouco mais que o imaginado inicialmente”, detalha Domingues, lembrando que o percurso da São Silvestre tem características similares com o da Maratona de Nova York, com subidas e descidas. “E isso é bom”, acredita o treinador, otimista quanto a participação de Marílson.Porém, nas palavras do corredor, a busca pelo tri na capital paulista a princípio está adiada para anos seguintes. “Não vou descartar de vez a possibilidade de correr, mas hoje as chances estão mais para eu não participar”, comentou o fundista. Por outro lado, ele não escondeu a sua vontade de entrar na disputa. “Gosto muito de correr no Brasil, diante do nosso público e em provas grandes como a São Silvestre. Vou tentar fazer o máximo para eu me recuperar o mais rápido possível”, prometeu.
De qualquer forma, a São Silvestre de 2008 já tem uma atração garantida: a despedida de Vanderlei Cordeiro de Lima, bronze em Atenas-2004, que estabeleceu a corrida de 15 quilômetros como a última de sua carreira. “O Vanderlei sempre foi um grande atleta, que inspirou muitos outros no Brasil. Também é uma excelente pessoa, que deu exemplo dele na Olimpíada de 2004, comemorando o bronze depois de tudo o que aconteceu (quando liderava a prova, no 36º quilômetro, o padre irlandês Cornelius Duran o atacou e prejudicou a prova do brasileiro). Ele vai ficar para muita gente como um eterno herói. E merece isso”, exaltou Marílson.
Entretanto, estar ao lado de Vanderlei em um dos momentos mais importantes da vida do paranaense não será um fator primordial para definir a participação de Marílson na São Silvestre. “Eu gostaria de estar participando da despedida dele também, mas tenho que tomar muito cuidado com a minha integridade física. Preciso lembrar que não existe só a São Silvestre. Tenho outros objetivos lá na frente”, destacou Marílson.

fONTE: gazeta esportiva

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