quarta-feira, 21 de maio de 2008



PISTA PAULISTA DESAFIA ÍNDICE PARA TERCEIRA OLIMPÍADA DE HUDSON

O veterano Hudson de Souza ainda está na fila para participar de sua terceira Olimpíada. Tentando índice para as provas de 1.500m e 5.000m, o fundista vai correr apenas a distância mais longa no Grande Prêmio de São Paulo, nesta quinta-feira. Isto porque os 1.500m não fazem parte da programação do evento.
Aliás, a falta de competições válidas para obtenção de índice em sua prova principal é um dos motivos apontados pelo corredor para não ter ainda a confirmação da vaga. Na temporada passada, Hudson atingiu o índice A exigido para Pequim, em julho. Mas pelas regras de classificação estabelecidas pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) todo atleta que obteve o índice em 2007 precisa fazer pelo menos uma vez o índice B este ano para carimbar o passaporte definitivamente.
"O que faltou mesmo até agora foram provas para eu conseguir a marca", diz tranqüilo. "Quando terminarem os meetings no Brasil (o último será o de Belém, neste domingo) viajo para a Europa e com certeza consigo fazer a marca porque estou treinando bem e muito confiante".
Até o momento, sua única oportunidade de conseguir o índice nos 1.500m foi no GP de Uberlândia, no início deste mês. Como era sua primeira disputa na distância nesta temporada, ele ficou longe do tempo necessário (fez 3min45s71 quando o índice B é 3min39). "Corri só para quebrar o gelo".
Desde então, apenas os 5.000m têm feito parte do programa. Tudo bem, garante Hudson. "Estou querendo as duas para Pequim e, para falar a verdade, estou correndo mais atrás dos 5.000m porque já tenho o A nos 1.500m. Toda minha pré-base nesta temporada foi voltada para isto".
Apesar do foco definido, Hudson acha pouco provável que consiga o tempo necessário já na capital paulista. "Na quinta-feira vai ser complicado. Esta pista está horrível", entrega. "Está muito ressecada. Isto é bom para os velocistas, mas não para as provas de longa distância porque vai travando, endurecendo (a passada)".
Como só tinha sapatilhas para outra condição de pista, Hudson preferiu fazer o treinamento desta terça-feira correndo de tênis. "Fiz meu treino de tênis porque não quis colocar a sapatilha e amanhã faço só quatro retinhas de 100m (sprint). Vou ter de pedir para trazerem pregos (para o solado) menores".
Especialista nos 1.500m, Hudson confessa que a atração pelos 5.000m surgiu apenas após os Jogos Pan-americanos de Santo Domingo-2003. "Entrei como azarão e conquistei o título", lembra. "Além disso, também tem a questão da idade. Vai ficando mais difícil disputar as provas de velocidade. Mas não quero saber de maratona, não", diz sorridente.
A estréia olímpica de Hudson foi nos Jogos de Sydney-2000, após bater o recorde sul-americano dos 1.500m. "Mas era muito novo", lembra, para explicar a ausência de resultado expressivo. Quatro anos depois, chegou otimista em Atenas, mas uma hérnia ignal (na região da virilha) uma semana antes das competições atrapalhou seu desempenho e ele ficou apenas em 14ª nas eliminatórias.
"Estava tão bem. Meu psicológico foi lá em baixo", recorda, garantindo que agora tudo ficou no passado. "Estou buscando o índice A para ir a uma final", promete o brasiliense de 31 anos com 14 deles no atletismo.

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