4x100 testa nível em turnê européia antes de Pequim
Com o grupo tecnicamente definido para os Jogos Olímpicos de Pequim, o revezamento masculino 4x100 embarca para a Europa logo após o Troféu Brasil, em São Paulo, abrindo a última fase de preparação olímpica. Após a final dos 100m na quinta-feira a equipe ficou delineada com Vicente Lenilson, Sandro Viana, José Carlos Moreira, Bruno Lins, Rafael Ribeiro e Nilson de Oliveira. O grupo só muda caso algum outro atleta obtenha índice A até 20 de julho.
Na Europa, o revezamento brasileiro medirá suas forças contra as melhores equipes do mundo. "Vamos competir em Portugal, Espanha, Itália, Grécia e França, enfrentando outras equipes que querem testar seu nível", explica Viana, que também tem vaga garantida nos 200m.
Mas as competições serão exclusivamente para o revezamento, destaca o técnico Jayme Netto. "Lá, já vou poder traçar a estratégia tática com as possibilidades para Pequim", explica o treinador. Até agora, toda a preparação do revezamento foi feita considerando as várias opções de formação do grupo, reunindo 12 ou 13 atletas em campings de treinamento.
Conhecida pela técnica de alto nível na passagem do bastão, a equipe do Brasil está confiante para um bom resultado na China, mas sabe que a concorrência será acirrada. "Esta vai ser a (disputa) mais difícil", aposta Netto, destacando o investimento que outros países fizeram em seus times.
"No Mundial do ano passado (em Osaka), a Jamaica correu com todos seus melhores atletas", lembra o treinador. Para ele, a briga em Pequim terá, além da tradição dos Estados Unidos, Inglaterra, Japão, França e equipes do Caribe e das Antilhas Holandesas.
Mas Viana não se intimida. "Os Estados Unidos têm a vantagem de vários corredores top, a Jamaica tem o atual recordista. Ou seja, eles têm um homem que faz a diferença, mas na técnica, o Brasil leva vantagem", garante.
O velocista recorre às estatísticas para justificar sua teoria. "Eles têm excelentes corredores, que não conseguem manter o rendimento no revezamento. Pela soma dos tempos (da prova de cada um), temos o recorde mundial".
A briga por uma medalha é uma possibilidade real para o grupo, acredita. "Tem estar na casa dos 37 segundos para sonhar com medalha em Olimpíada ou Mundiais. Mas a gente não depende de fatores externos. Só temos de voltar a correr nesta casa".
Em busca de tradição - Enquanto a equipe masculina trabalha para manter a tradição olímpica - foi bronze em Atlanta-96 e prata em Sydney-2000 -, as meninas querem escrever uma nova história. "Nosso objetivo é criar tradição no revezamento feminino", reconhece o técnico Katsuhiro Nakaya.
Para ele, o grupo brasileiro - que tem confirmados os nomes da veterana Lucimar Moura, 34 anos, e Rosângela Santos, 17 -, tem a possibilidade real de ser finalista na China. E a partir daí, tudo pode acontecer.
"Estados Unidos e Jamaica são hors concours. Depois, tudo igual, estão França, Bélgica, Brasil e Bahamas", compara. Assim como o masculino, o Brasil tem investido na técnica como diferencial. "A gente tem vantagem sobre as outras porque treina a passagem do bastão", ressalta Rosângela.
Agora, é definir a equipe para poder aperfeiçoar a preparação. Enquanto o masculino viaja para a Europa para competir, as meninas da velocidade ainda encaram duas seletivas em São Paulo e mais um meeting em Bogotá, dia 19 de julho, para tentar confirmar seus nomes no grupo.
A competição colombiana é a última chance de obtenção do índice. A seu favor, as atletas terão a altitude de 2.640m para baixar suas marcas.
Após a definição do grupo olímpico (cinco atletas) a equipe viaja para Macau onde fará dez dias de treinamento.
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