domingo, 1 de junho de 2008


BALDAIA E CLAUDIR VENCEM E QUEBRAM JEJUM NACIONAL


Mesmo sem contar com atletas que detêm índice para os Jogos Olímpicos de Pequim, o Brasil quebrou o domínio do Quênia e saiu vencedor da Maratona de São Paulo tanto no masculino quanto no feminino. Entre as mulheres, o triunfo ficou com Maria Zefirina Baldaia, enquanto Claudir Rodrigues faturou a prova entre os homens.
O Brasil não conseguia uma dobradinha na prova desde 2005, quando José Teles e Márcia Narloch ocuparam o topo dos pódios na capital paulista. Na disputa masculina, Claudir Rodrigues esteve longe dos líderes até o 38º quilômetro, quando ultrapassou Chiquinho dos Santos, que ocupou a primeira posição durante boa parte da prova. Ao final, o atual tricampeão da Maratona de Porto Alegre garantiu a vitória com 2h17min07, à frente de Luis Carlos Fernandes da Silva (2h17min24) e de Marcos Antonio Pereira (2h18min09).
O pódio foi praticamente todo nacional. Chiquinho cruzou em quarto (2h18min25) com o queniano Rotich Chemlany furando o cerco brasileiro para completar an quinta colocação com 2h18min46.
A paulista Baldaia repetiu o feito de 2002 e faturou o bicampeonato com a marca de 2h42min21. O pócio entre as mulheres foi 100% nacional. Em segundo cruzou Edielza Alves dos Santos com 2h42min45, seguida por Marizete Moreira dos Santos (2h43min29), Luzia de Souza Pinto (2h46min06) e Sueli Aparecida Vieira (2h50min14).
'A prova estava muito forte. A única coisa que não gostei foi o frio', diz a bicampeã que correu de luvas brancas e meião. 'Comprei para disputar a Meia-maratona de Hamburgo, usei lá e aqui'.
O bicampeonato de Baldaia foi conquistado na base da teimosia. Inicialmente, não participaria da corrida porque estava focada na luta pelo índice para os Jogos Olímpicos de Pequim. Ela chegou a conquistar o índice B mas, como a alagoana Marily dos Santos atingiu o índice A somente ela correrá nas Olimpíadas.
Com Pequim fora do calendário, a maratona paulista acabou entrando na programação. 'Valeu a pena. O coração dizia para vir'.
Depois de enfrentar uma seqüência de lesões que comprometeu seus resultados desde que foi campeã da Corrida Internacional de São Silvestre, em 2001, Baldaia também comemora a reviravolta esportiva. 'Agradeço a Deus esta volta e agora 100%'.
Se o clima frio foi um incômodo para a campeã do feminino, o vencedor entre os homens sentiu-se em casa. O gaúcho Claudir, que treina em Campos do Jordão (SP), nem tomou conhecimento das baixas temperatura. 'Estava para mim', diz, prometendo comemorar a vitória com muito chimarrão.
Com quatro edições disputadas na Maratona de São Paulo, ele só havia conseguido completar a distância uma vez antes, em 2001, quando Vanderlei Cordeiro de Lima foi campeão. Co-responsável pelo fim do jejum brasileiro na dobradinha, Claudir afirma que nunca duvidou da possibilidade.
'A gente acredita no trabalho que faz e sabe que tem condições também', diz a respeito da vantagem sobre os quenianos, que já conhecia pelos treinamentos conjuntos. 'Você faz o que treinou'.
Maratonista desde 2001, sua melhor marca é 2h15min27, obtida em Roterdã há quatro anos. Neste final de semana, ele esperava correr na casa de 2h18. Por isso, ficou bastante satisfeito com seu desempenho. 'Nem esperava fazer este tempo'.

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