domingo, 29 de junho de 2008

Evelyn desbanca favoritas, faz índice e vence os 200m

A carioca Evelyn Carolina dos Santos chegou a ser dada como carta fora do baralho no atletismo, mas deu a volta por cima e surpreendeu as principais favoritas nos 200m do Troféu Brasil, em São Paulo, conquistando não apenas o título da prova, mas também o índice B para os Jogos Olímpicos de Pequim.
Evelyn venceu a disputa com o tempo de 23s08. Ela deixou para trás as duas atletas que já tinham o índice B nesta temporada, Vanda Gomes e Thaissa Presti. Vanda foi a terceira colocada (23s40) com Thaissa em quarto (23s57). O segundo lugar foi de Rosemar Maria Neto (23s24).
O desempenho desta manhã deu à velocista carioca a vaga temporária para a China. A confirmação sai apenas em 20 de julho, porque até outra
atleta, ou ela própria, pode conquistar o índice A. Evelyn é a legítima herdeira de uma tradição de velocistas. O pai, Nelson Rocha foi finalista olímpico com o 4x100m nos Jogos de Moscou e Los Angeles. Recordista mundial dos 100m (10s22), também conquistou o título com o revezamento no Mundial de 79. A mãe de Evelyn é Sheila de Oliveira, medalhista de bronze nos Jogos Pan-americanos de 87.
Mas as corridas não foram a primeira paixão de Evelyn, que começou no esporte pela patinação. Apenas aos 10 anos, pediu à mãe para praticar atletismo. A primeira reação materna não foi muito favorável, afirma o pai, mas a argumentação posterior, de que a mãe havia conhecido o mundo com o esporte, convenceu.
Apontada como uma das promessas da nova geração do atletismo, Evelyn, de 23 anos, sofreu um baque na carreira em 2005. No final do ano, precisou passar por uma cirurgia no joelho esquerdo e perdeu 80% da cartilagem na região.
Durante quase 2 anos, ela ficou afastada das pistas e a carreira foi posta em cheque. Por isso, hoje, ao conquistar o título do Troféu, o primeiro de sua carreira, ela "não sabia se gritava ou chorava".
Para o pai, que veio acompanhar a performance da filha, a sensação foi muito maior que a de seus tempos de competição. "É muito mais emocionante do que quando conquistei a vaga (olímpica). Ela é meu bem mais valioso", confessa emocionado. "Depois do problema (no joelho), deram ela como acabada, mas nós continuamos acreditando nela. Foi uma vitória dela, do sacrifício dela".
Além da conquista pessoal da filha, Nelson acredita que o resultado também ajuda o esporte carioca. "Foi uma vitória do Rio, que está tão por baixo em termos de investimento".

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